O painel “Saneamento ambiental e saúde: A intersetorialidade nas mudanças climáticas frente patologias emergentes e reemergentes” abordará como as mudanças climáticas e o aquecimento global ocasionam forte flutuação no ciclo das doenças e como o saneamento inadequado aumenta os riscos de novas pandemias, doenças infecciosas e reemergentes, impactando na saúde e qualidade de vida da população.
O debate ocorrerá durante o 35º Encontro Técnico AESabesp/Fenasan 2024, o maior evento de saneamento e meio ambiente da América Latina, que será realizado de 22 a 24 de outubro no Expo Center Norte, em São Paulo. Promovida pela Associação dos Engenheiros da Sabesp (AESabesp), em parceria com a Associação dos Especialistas em Saneamento (AESAN), a edição deste ano tem como tema principal “Saneamento Ambiental: condição fundamental para o enfrentamento das mudanças climáticas”.
A coordenação do painel é de Telma de Cássia dos Santos Nery, médica do trabalho e médica sanitarista na Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) e no Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), e de Sonia Nogueira, engenheira civil, educadora ambiental e membro da comissão organizadora do 35º Encontro Técnico AESabesp. Participarão das discussões Fátima Marinho, coordenadora do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), e Agnes Soares, especialista da secretaria de Vigilância da Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde. O painel ocorrerá no dia 24 (quinta-feira), das 15h40 às 16h40, na Sala Cantareira 2.
Confira entrevista com Telma Nery e Sônia Nogueira:
AESabesp Notícias – Por que o tema deste painel é importante neste momento do setor de saneamento?
Telma Nery – Este painel é extremamente pertinente e importante. Neste ano, mais especificamente, nestes últimos dias [entrevista concedida em 11 de setembro de 2024], a cidade de São Paulo tem apresentado graves situações ambientais vivenciadas devido ao impacto das mudanças climáticas. O que se discutia há 15 anos está efetivamente acontecendo agora. A cidade por dias consecutivos vem apresentando os piores indicadores de qualidade do ar dentre todas as cidades do planeta. Este é somente um exemplo. Vivemos a pandemia pelo SarsCov 2- COVID 19 e, a cada momento, estamos na expectativa de novas alterações que possam vir. Assim, discutir, conhecer o que pode ser gerado frente às patologias ‘novas’ e ‘velhas’- estimuladas pelas mudanças climáticas – é essencial. É isto que faremos neste painel.
Sonia Nogueira – Diz o ditado popular “o passado sempre volta para nos assombrar”. Segundo os especialistas da saúde, entre outros, as doenças emergentes e reemergentes, em especial as doenças transmitidas por vetores, parecem ter influência importante das mudanças climáticas que vêm ocorrendo, não apenas em escala nacional, mas em escala mundial com o aquecimento global. Geralmente, estão associados alguns fatores como modelos de desenvolvimento econômico, demográficos, ambientais, exemplo: o desmatamento, a imprevisibilidade das chuvas provocada pelas mudanças climáticas, impactando indiretamente no surgimento de doenças por meio de mudanças repentinas nos habitats dos mamíferos reservatórios, de vírus, perda de biodiversidade e migração de pequenos mamíferos. As doenças mais sensíveis a essas mudanças são as infecciosas, como leishmaniose, malária e dengue e outras arboviroses. Além disso, a facilidade de migração observada atualmente também leva organismos causadores de doenças de uma área para outra de maneira extremamente rápida, favorecendo a emergência e reemergência.
AESabesp Notícias – Quais são os destaques e/ou novidades deste painel?
Telma Nery – Estaremos com profissionais de grande expertise, de experiências únicas. Duas delas são médicas que atuaram por muito tempo na Organização Pan-americana de Saúde (OPAS) e no Ministério da Saúde. Vamos trazer o impacto das mudanças climáticas no saneamento ambiental e diretamente na saúde da população, incluindo saúde das pessoas que trabalham a céu aberto. Serão ainda discutidas medidas inovadoras utilizadas em outros países e instituições de ponta. Sempre com o olhar na intersetorialidade.
AESabesp Notícias – O 35º Encontro Técnico/Fenasan traz como tema central “Saneamento Ambiental: condição fundamental para o enfrentamento das mudanças climáticas”. Em sua visão, quais contribuições as discussões em torno deste assunto trarão para o setor? E como você vê o papel da AESabesp neste cenário?
Telma Nery – O 35º Encontro Técnico e a AESabesp estão de superparabéns. Trazer esta temática em momento tão importante é fundamental. Importante ainda a presente inovação de discutir a interação de vários setores, como saúde e saneamento. Fornecer, discutir, abordar e informar é essencial para discussão do impacto das mudanças climáticas no presente e no futuro. Trazer isso como pauta deste importante evento é rico, precioso, inovador e contribui para a preparação e o enfrentamento destas questões pelas instituições, participantes e sociedade civil. Parabéns!
Serviço:
O quê: 35º Encontro Técnico AESabesp e Fenasan 2024 – Feira Nacional de Saneamento e Meio Ambiente, realizados simultaneamente à Waste Expo Brasil – De 22 a 24 de outubro de 2024
Painel 5 – “Saneamento ambiental e saúde: A intersetorialidade nas mudanças climáticas frente patologias emergentes e reemergentes”
Quando: 24 de outubro (quinta-feira), das 15h40 às 16h40 – Sala Cantareira 2
Onde: Expo Center Norte, Pavilhões Verde e Vermelho Expo Center Norte, em São Paulo/SP
Visitação às feiras: gratuita
Para a programação, credenciamento e inscrições, acesse aqui.
Imagem destaque: Dominic Wunderlich por Pixabay