A programação do primeiro dia do 33º Encontro Técnico AESabesp/Fenasan 2022, o maior evento do saneamento ambiental da América Latina, contou, nesta terça-feira, 13 de setembro, com a mesa redonda “A importância do planejamento para o êxito dos empreendimentos”. O objetivo foi abordar a importância do estabelecimento do Marco Legal do Saneamento, em vigor no país, e que tem como meta, até 31 de dezembro de 2033, a universalização dos serviços de saneamento básico, alcançando 99% da população brasileira com acesso à água potável e 90% ao tratamento e à coleta de esgoto.
Moderada por Marco Antonio Lopes Barros, superintendente de Engenharia e Empreendimentos – TE da Sabesp, a mesa trouxe como estudo de caso a experiência da Sabesp, apresentando a importância do planejamento operacional e financeiro para o êxito dos empreendimentos necessários ao atendimento das metas estabelecidas, para a qual foram convidados na qualidade de palestrantes: Alceu Segamarchi Júnior, diretor de Tecnologia, Empreendimentos e Meio Ambiente da Sabesp; e Osvaldo Garcia, diretor Econômico-Financeiro e de Relações com Investidores da Sabesp.
Os especialistas convidados trouxeram uma visão geral sobre as ações da Sabesp e orientaram as empresas do setor em todo o país em relação à importância de conciliar a capacidade econômica e financeira, fazer planejamentos qualificados que envolvam investimentos com inteligência e responsabilidade, além da clareza sobre as ações necessárias para atender os prazos ligados ao novo marco regulatório.
Marco Antonio abriu os trabalhos com a apresentação sobre o contexto do Saneamento no Brasil, destacando quais são os caminhos para que o país possa chegar ao alcance das metas pretendidas no novo marco regulatório. Entre seus apontamentos, o moderador ressaltou o volume de investimentos que serão necessários para atingir as metas, alertando que não atingi-las dentro do prazo estabelecido implicará em medidas que, por exemplo, podem levar os contratos já estabelecidos às suas extinções.
Segundo ele, o montante de investimentos previstos para o atendimento dessas metas já está chegando em torno de R$ 900 bilhões. O valor necessário para atingir esses objetivos em 11 anos já está no patamar de R$ 90 bilhões por ano, ou seja, é algo muito além do que está sendo investido hoje. “Sabendo que estamos ainda no início dos trabalhos, vamos ter um período em que será necessário investir mais de R$ 100 bilhões no saneamento para atingir essas metas em nível nacional. Os trabalhos e os desafios são grandes e sem planejamento e organização, certamente, não conseguiremos”, observou detalhando as iniciativas que a Sabesp, em São Paulo, já vem empreendendo com vistas a atingir os objetivos do novo marco.
Em função do que já vem sendo trabalhado na Sabesp, considerada uma das principais empresas do setor de saneamento no Brasil, Alceu Segamarchi Júnior e Osvaldo Garcia fizeram suas apresentações com foco nos desafios que a iniciativa privada precisa superar para atingir as metas da universalização com sustentabilidade econômica e financeira. “Para vencermos esses desafios a união dos esforços entre iniciativa privada e governos é fundamental”, ressaltou Alceu. “Pela Sabesp estamos fazendo a lição de casa, nos organizando e reorganizando de forma que todos os projetos de ampliação e grandes empreendimentos voltados ao atendimento das metas de universalização ou de atendimento aos contratos com os municípios estão, no momento, passando por uma análise crítica de todas as diretorias, entre outras providências que precisamos tomar dos pontos de vistas técnico e econômico-financeiro”, discorreu.
Para Alceu, a principal providência é saber onde investir o dinheiro que a própria Sabesp gera visando desenvolver os projetos necessários para atingir as metas em tempo hábil. “Em termos nacionais não será uma tarefa fácil cumprir esse prazo, mas é imprescindível”, pontuou.
Na sequência, Osvaldo Garcia aproveitou os exemplos de Alceu para destacar que se para a Sabesp, que fez a lição de casa desde o início, os desafios são grandes, a jornada das outras companhias para atingir as metas também não será fácil. Diante da sua experiência, ele observou: “quem fez a lição de casa vai ter que acelerar muito o investimento e isso não é tão simples, pois planejamento financeiro é algo demorado, que exige a busca de dinheiro no mercado para financiar os projetos”, salientou. Garcia listou algumas das dificuldades que as companhias terão pela frente para que o país consiga atender as metas da universalização e fez comentários que poderão tornar essa missão possível.
A mesa redonda foi encerrada com considerações dos especialistas em torno das ações que a Sabesp vem desenvolvendo no âmbito do planejamento para atingir as metas propostas e que podem servir de referências para outras companhias do setor e esclarecimentos das dúvidas dos participantes.
Promovida pela Associação dos Engenheiros da Sabesp – AESabesp, esta edição que marca o retorno presencial do evento tem como tema “Saneamento: prioridade para a vida” e reunirá especialistas do saneamento em 12 mesas redondas e 8 painéis de discussão. Nos três dias do evento, mais de 100 especialistas apresentarão cases, trabalhos técnicos e novidades para o setor.Para conhecer a programação completa e outras informações, acesse aqui
