Em painel realizado nesta quinta-feira, 5 de outubro, último dia do 34º Encontro Técnico AESabesp (Congresso Nacional de Saneamento e Meio Ambiente) e Fenasan 2023 (Feira Nacional de Saneamento e Meio Ambiente), foi apresentado o tema “Tópicos sobre o uso do concreto no saneamento”. Na ocasião, foram feitas explicações técnicas sobre os diversos tipos e especificações de cimento presentes nas estruturas de saneamento, bem como o controle tecnológico para assegurar o desempenho e a segurança das obras.
O maior evento de saneamento e meio ambiente da América Latina é uma realização da Associação dos Engenheiros da Sabesp – AESabesp, com co-coordenação da Associação dos Especialistas em Saneamento – AESAN e aconteceu de 3 a 5 deste mês, no Expo Center Norte, em São Paulo, com o tema central “Saneamento Ambiental na Globalização do Desenvolvimento Sustentável”.
O painel em destaque, que foi coordenado por João Augusto Poeta, diretor administrativo da AESabesp, contou com palestras de Leonardo Moreira de Lima, coordenador técnico de Mercado da Votorantim Cimentos; e Patrícia Falcão Bauer, CEO da Falcão Bauer Consultoria em Engenharia. A moderação do debate foi feita por Vinícius Silva Caruso, assessor da gerência de Saneamento Ambiental da SP Regula – agência reguladora de serviços públicos do município de São Paulo.
Embora as tubulações sejam as estruturas que primeiro vêm à mente quando se fala em saneamento, o concreto armado é de vital importância para o setor. “O concreto é um material muito presente nas estruturas de saneamento, ainda que a ideia inicial de quem percebe o sistema sejam os tubos, as conexões e os sistemas de bombeamento”, afirmou Vinícius Silva Caruso.
“As estruturas de tratamento, de captação e algumas até de transporte são feitas de concreto”, complementa Caruso, que foi o moderador do debate. O encontro contou com apresentações técnicas destinadas a engenheiros e projetistas de obras de saneamento. Segundo Caruso, o concreto armado depende de um bom processo de projeto, de cálculo e de detalhamento, além de uma execução. “O concreto é uma pedra líquida artificial, que depois endurece e precisa de uma série de atenções. Concreto é cimento, água, areia e pedra. E, neste painel, discutimos um dos principais insumos do concreto, que é o cimento”, pontuou.
O cimento é o elemento que vai determinar a durabilidade da obra e a sua proteção e resistência à fissuras. “O painel debateu os diferentes tipos e aspectos do cimento, que não é uma coisa só, como pode parecer. É um elemento bem mais complexo. A importância da especificação correta do cimento a ser utilizado é fundamental, pelo fato de as estruturas de saneamento serem bastante agressivas. No caso da água, em função dos cloretos, e no caso do esgoto, devido aos sulfatos em forma de gases. Portanto, é preciso controlar a fissuração, que é um fenômeno natural do concreto, mas que pode prejudicar a operação do sistema”, explicou Caruso.
Leonardo Moreira de Lima, coordenador técnico de mercado da Votorantim Cimentos, apresentou o tema “Cimento Portland e suas principais adições”, esclarecendo as diferenças técnicas e aplicabilidades dos diversos tipos de cimento. Ele explicou que a especificação do cimento vai depender da região do país em que está sendo realizada a obra, em função da disponibilidade de determinados materiais que são adicionados ao cimento naquela região.
Lima fez um panorama do processo de fabricação de cimento, cuja principal matéria prima é a mistura de calcário e argila, que recebe diferentes adições que vão resultar em um produto de características diferentes e adequadas à aplicação em diferentes tipos de obras.
Patrícia Falcão Bauer, CEO da Falcão Bauer Consultoria em Engenharia, falou sobre “Tópicos de controle tecnológico para saneamento”. Segundo a palestrante, qualidade é a adequação ao uso, e não escolher o produto mais caro. Bauer explica que, para projetos de saneamento, pensa-se em durabilidade, e é levado em conta a resistência e a porosidade do material. “É preciso garantir qualidade, prazo e custo. A definição do cimento é importante para ter um concreto durável e seguro para obras de saneamento. Conforme a classe de agressividade é que se determina o tipo de cimento. Tem que pensar na forte exposição aos gases, por exemplo”, explica Bauer.
João Augusto Poeta, diretor-administrativo da AESabesp (Associação dos Engenheiros da Sabesp), foi o coordenador do painel, fazendo a abertura e o encerramento.
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