Uma das primeiras pautas discutidas na abertura do 34º Encontro Técnico AESabesp (Congresso Nacional de Saneamento e Meio Ambiente) e Fenasan 2023 (Feira Nacional de Saneamento e Meio Ambiente) foi sobre os avanços em drenagem e resíduos sólidos nas cidades e perspectivas futuras. O encontro, nesta terça-feira, 3 de outubro, foi coordenado por Viviana Borges, presidente do Conselho Deliberativo da AESabesp, e Luciomar Santos Werneck, presidente da Associação.
O maior evento de saneamento e meio ambiente da América Latina é uma realização da Associação dos Engenheiros da Sabesp – AESabesp e nesta edição tem como central “Saneamento Ambiental na Globalização do Desenvolvimento Sustentável”.
Quando o assunto é saneamento básico, muito se discute sobre os serviços públicos, infraestruturas e instalações operacionais que abrangem abastecimento de água e esgoto sanitário, mas pouco é debatido sobre resíduos sólidos e drenagem urbana. Embora o Marco Legal do Saneamento tenha tratado muito bem os dois primeiros, os últimos acabaram ficando para trás. Com isso em mente, a mesa debateu os avanços em resíduos sólidos e drenagem alcançados e o que ainda precisa da atenção pública para atingir novos patamares de desenvolvimento sanitário, sob moderação da subsecretaria de Recursos Hídricos e Saneamento Básico do Estado de São Paulo, Samanta Souza.
O debate contou ainda com a presença de Mara Ramos, superintendente do Departamento de Águas e Energia Elétrica do Estado de São Paulo (DAEE). Ela apontou o frequente esquecimento da drenagem e frisou a importância de existirem ações coordenadas entre os planos de políticas de saneamento regionais. “Para que a gente possa implantar infraestrutura de saneamento, é muito importante que a gente tenha políticas públicas integradas no que diz respeito a uso e ocupação do solo e saneamento. É imprescindível que todos os atores trabalhem no mesmo sentido para que essas políticas sejam efetivas”, avaliou a superintendente.
Discutindo a gestão de resíduos, o economista e diretor-presidente da Associação Brasileira de Resíduos e Meio-Ambiente (ABREMA), Pedro Maranhão, defendeu o fim dos lixões, que representam risco ambiental e de saúde para a população. Entretanto, a limpeza urbana demanda grandes custos, que segundo ele, são negligenciados. Ele salientou a necessidade de haver não só a cobrança pela coleta de resíduos, mas fazer isso de forma justa e proporcional. “Mesmo produzindo cinco vezes mais resíduos, quem mora no Jardim Europa paga menos do que quem mora na zona norte”, lamentou Pedro.
Para fechar o time de especialistas da mesa, Marcos Monteiro, atual secretário de Infraestrutura Urbana e Obras do município de São Paulo (SIURB), complementou os tópicos discutidos e apresentou o Plano Diretor de Drenagem do município atrelado aos cadernos de drenagem, instrumentos de planejamento que visam a redução de alagamentos. O secretário defendeu a exploração de métodos não destrutivos e alternativas sustentáveis com foco na natureza para lidar com os desafios do saneamento em São Paulo.
Para mais informações sobre esta edição do 34º Encontro Técnico AESabesp/Fenasan 2023, que acontece integrada à Waste Expo Brasil, feira de resíduos sólidos, até quinta-feira (5), acesse fenasan.com.br.