A cerimônia de encerramento do 36º Encontro Técnico AESabesp e Fenasan 2025, realizada em São Paulo, celebrou o sucesso de uma edição recorde sob o tema “Saneamento e Inovação: pilares para um futuro resiliente e sustentável”. O evento consolidou-se como o maior hub de negócios e conhecimento do setor nas Américas, registrando números impressionantes: 412 expositores e mais de 35 mil visitantes.
Os discursos das principais lideranças destacaram a grandiosidade e os objetivos futuros do setor: Olavo Alberto Sachs, presidente da Comissão Organizadora do Encontro Técnico Fenasan 2025, enfatizou o esforço coletivo na organização, afirmando que a construção do sucesso “está no DNA da Associação”.
Sulamita França, presidente da AESAN, falou sobre os Jogos do Saneamento, garantindo que o evento continuará sendo “um espaço de encontro, amizade e fortalecimento do nosso setor”.
O diretor técnico da AESabesp, Reynaldo Young, apresentou os resultados técnicos, como 181 trabalhos submetidos e participação de mais de 1.000 congressistas, descrevendo o sucesso como “um coroamento do trabalho e compromisso de muitas pessoas”.
Reforçando os recordes da feira, Pierre Ribeiro de Siqueira, diretor de Inovações da AESabesp, citou a afirmação do Carlinhos Brown, de que “o Brasil com a sua diversidade é um exemplo global para o futuro”.

O encerramento foi coroado com a presença de Leonardo Picciani, secretário Nacional de Saneamento Ambiental, do Ministério das Cidades, que validou o evento para o esforço nacional, reforçando a urgência da universalização e a confiança de que o objetivo até 2033 será alcançado. “Este evento mostra que é algo possível, é algo viável e está nas mãos de cada um de nós”, pontuou.
“A conclusão coube ao presidente da AESabesp, Agostinho Geraldes, que atribuiu o sucesso a um elemento central: “Tivemos um componente fundamental para esse sucesso: as conexões humanas”. Ele finalizou reafirmando o compromisso de que os sanitaristas continuarão “buscando colocar o saneamento no lugar que ele merece, como protagonista no desenvolvimento do país’.”
A cerimônia encerrou-se com a entrega de importantes premiações, incluindo os prêmios Destaque Fenasan, ESG, Inovação Tecnológica e Melhores Trabalhos Técnicos.
Mesas-redondas do último dia priorizaram o foco na gestão dos recursos hídricos
Na programação do terceiro e último dia do 36º Encontro Técnico AESabesp, 23 de outubro, os participantes foram coroados com uma rica programação, cujas apresentações agregaram mais valor ainda ao conhecimento e disseminação das boas práticas em prol do saneamento. Confira!
Mesa Redonda “Governança e Universalização na URAE 1 – Sudeste”




Esta mesa abordou os “Desafios da gestão de concessão por meio da URAE”, focando na governança do maior contrato de saneamento do mundo e na sua meta de universalização até 2029. O objetivo foi discutir as novas regras contratuais, a gestão compartilhada e a participação dos municípios na Unidade Regional de Serviços de Abastecimento de Água e de Esgotamento Sanitário (URAE).
A mesa foi coordenada por Paulo Levy, conselheiro e coordenador de contratos da AESabesp; e moderada por Marcelo Fornaziero, diretor de Gestão Contratual e Conformidade da Sabesp, que destacou: “Um fator crítico de sucesso é uma boa gestão e governança do contrato”. Os palestrantes foram Roberta Buendia, chefe da secretaria executiva das URAEs, Semil; Luiz Antonio de Oliveira Junior, superintendente de Fiscalização de Saneamento Básico na Arsesp; e Tatiane Martins, líder de Gestão Integrada e Respostas Institucionais da Diretoria de Relações Institucionais da Sabesp. Leia mais aqui.
Mesa Redonda “Água Reciclada e Segurança Hídrica”




Esta mesa abordou o tema “Água reciclada: O que precisa avançar para uma gestão sustentável que garanta recursos hídricos para a universalização do saneamento básico no Brasil até 2030?”. O debate foi coordenado por Viviana Borges, diretora Social da AESabesp; e Ricardo Guilherme Araújo, sociólogo; e moderado por Eduardo Pedroza, membro do conselho diretivo da Aladyr (Associação Latino-Americana de Dessalinização e Reúso de Água). Como palestrantes, estiveram presentes Sérgio Ayrimoraes, coordenador-geral de Estudos da Secretaria Nacional de Transição Energética e Planejamento do Ministério de Minas e Energia; Renata Maranhão, superintendente Adjunta de Apoio ao SINGREH e às Agências Infranacionais de Saneamento; e Mara Ramos, assistente Executiva da Sabesp. Os especialistas apontaram que, em um momento de desigualdades no acesso à água e escassez hídrica mais intensa, o reúso de água surge como solução estratégica para garantir segurança hídrica e avançar rumo à universalização.
Mesa Redonda “O Cenário da Gestão de Ativos no Saneamento”





Esta discussão propôs apresentar as diferentes realidades enfrentadas pelos profissionais de manutenção, levando em conta contextos geográficos, sociais e políticos, a situação das infraestruturas e o nível de capacitação da mão de obra, entre outros aspectos relevantes.
A mesa “O cenário da gestão de ativos no saneamento” foi coordenada por Renato Augusto Costa dos Santos, gerente de Manutenção da Sabesp, e moderada pelo presidente da AESabesp, Agostinho Geraldes. a discussão reuniu Marcos Vieira, gerente de Manutenção Industrial na Sanasa Campinas, e Rafael Klumpp de Miranda, executivo na Aegea Saneamento, para discutir diferentes modelos de gestão de ativos no setor.
Mesa Redonda “Cultura de Inovação e Transformação Sustentável”




“Cultura de Inovação no Saneamento: Transformação sustentável com pessoas, processos, tecnologia e liderança para gerar valor para as partes interessadas”. Este foi um dos debates do último dia. Alinhada ao tema central do evento, a mesa propôs uma reflexão estratégica sobre a cultura de inovação como motor de transformação sustentável. Coordenada por Patricia Goularth, diretora Técnica da AESAN; e moderada por Nivaldo Rodrigues da Costa Junior, diretor Regional da Sabesp e presidente da ABES-SP; a discussão contou com Carlos Schauff, diretor Técnico do IPEG – Instituto Paulista de Excelência da Gestão; e Cristina Zuffo, da Enginera Tech. Os especialistas apresentaram experiências reais com Mecanismos de Incentivo à Inovação (MIGs), criação de ambientes internos de experimentação e estratégias de engajamento que viabilizam a inovação como prática contínua, contemplando ganhos em eficiência operacional, metas ESG, qualidade dos serviços e impacto positivo.
Tecnologia, P&D e Saúde foram destaques nos Painéis Temáticos
Foco em Redução de Perdas




Neste painel, foram apresentadas experiências para gerir o Controle de Perdas de Água e Capacitação Técnica.
Coordenado e moderado por Aldo Roberto Diniz, diretor de Engenharia da Ardiniz e associado da AESabesp o debate contou com Cícero Ferreira Batista, coordenador de Cursos da AESabesp e conselheiro da AESAN; Fabiano Yamasaki, diretor executivo da YAMATEC; e Luiz Fonseca, gestor de Ensaios Não Destrutivos da ABENDI. Eles apontaram a capacitação dos colaboradores como um dos pontos a ser realizada de forma sistemática e tecnicamente compatível com o desafio do controle de perdas.
Painel “Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) no Saneamento e Abordagem Transversal”




Este painel destacou a “Pesquisa & desenvolvimento no Saneamento: A importância da abordagem transversal como vetor de aceleração de soluções sustentáveis”. Rogério Andrade Stemcell, presidente do Fórum Brasil de Gestão Ambiental (FBGA), coordenou e liderou o painel que discutiu a importância da abordagem transversal, adaptada às realidades locais e às mudanças climáticas. Com a participação de Theodoro Megalomatidis, CEO da Anti Algas; Carlos Frees, CEO da consultoria Smart Frees; e Sérgio Ogihara, CEO da ASA Consultoria em Meio Ambiente. Os especialistas ressaltaram a articulação quadripartite (governos, academia, iniciativa privada e terceiro setor) como eixo estratégico para impulsionar a inovação no saneamento, transformando pesquisas em soluções práticas, efetivas, escaláveis e acessíveis.
Painel “Saneamento Ambiental, Saúde e Intersetorialidade”




O penúltimo painel da edição abordou o tema “Saneamento ambiental e saúde: A intersetorialidade nas mudanças climáticas frente patologias emergentes e reemergentes”. Sob coordenação de Tais Atala Portela, coordenadora Executiva da Pieralisi, o painel foi mediado por Estela Testa, CEO da empresa e presidente do Sindesam; e mediado por Estela Testa, CEO da Pieralisi e presidente do Sindesam. Participaram como palestrantes Marcos Perez, superintendente de Mercado Interno da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), e Venilton Tadini, presidente da Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base (Abdib). A discussão abordou a visão sistêmica que conecta regulação, financiamento, engenharia e indústria, essencial para preparar o setor para atender às metas do Marco Legal e levar água e esgoto de qualidade a todos os brasileiros.
Métodos Não Destrutivos




O último painel do evento trouxe o tema “MND para Obras de Esgoto, quais técnicas são melhor indicadas?”. Coordenado por Roberto Abranches, analista de Sistemas de Saneamento da Sabesp, o painel discutiu que a técnica mais indicada para obras de esgoto utilizando Métodos Não Destrutivos (MND) depende de fatores como diâmetro da tubulação, tipo de solo, profundidade da instalação e condições urbanas, sendo essencial considerar estudos geotécnicos, impacto ambiental, custo e viabilidade. Os palestrantes foram Fernando Pereira de Godoy, gerente de Manutenção da Sabesp, e Sergio Palazzo, consultor e sócio da SAP Service – Aplicações e Produtos de Sistema em Processamento de Dados.
O universo da academia e demandas do mercado de saneamento compuseram as abordagens no segundo dia do 2º Encontro das Universidades
O 2º Encontro das Universidades deu continuidade no terceiro e último dia do 36º Encontro Técnico AESabesp, consolidando-se como um espaço específico para discutir temas de inovação tecnológica do setor e os melhores contextos para atuação da academia, cursos técnicos e profissionalizantes, visando atender às demandas do novo modelo de saneamento. Neste dia 23 de outubro, a iniciativa contemplou quatro mesas redondas.
Iniciativas globais e cooperação

O segundo dia de trabalhos foi aberto tratando das “Iniciativas Globais e Cooperação Internacional para o Saneamento Inclusivo do Futuro”, na qual destacou as boas práticas globais e oportunidades de cooperação e capacitação com o Brasil. Coordenada por Ester Feche Guimarães, diretora Socioambiental e Cultural da AESabesp; e moderada por Alisson Gomes de Moraes, coordenador de Inovação da AESabesp; contou com Luiz Fazio, da Bio Saneamento; Lylian Coelho, da SUEZ; Alexandre Anderaos, da ANA; e Patrick Schindler, da Sabesp.
Pesquisa acadêmica e formação profissional

Esta mesa aprofundou o tema “Pesquisa Acadêmica e Formação Profissional: Conectando Ensino e Mercado no Saneamento” debateu a urgência da pesquisa e inovação. Coordenada e moderada por Nilton Moraes, da USP/AESabesp, contou com as palavras de Ester Feche, diretora de Serviços de Água e Esgoto, Semil; que apontou a escassez de profissionais qualificados no saneamento, detalhando o projeto CCD Sanea Clima – Saneamento e Resiliência Climática, e concluiu que a Universidade é o lugar de escuta; Luana Pretto, do Trata Brasil, que trouxe a perspectiva econômica e social, citando a melhoria na Bacia do Rio Pinheiros e o alto custo social do saneamento inadequado (R$ 17,043 bilhões), e defendeu a interconexão, pois as questões não podem ficar apenas em debate nas Universidades; e Luciano Zanella, do IPT, que destacou a necessidade de divulgação do conhecimento e de transferência de tecnologia, afirmando: “o que falta divulgar é divulgar o conhecimento que a gente produz. Por isso, estamos cada vez mais trabalhando em rede”, informou.
Diretrizes e Mudança Climática

Esta mesa foi dedicada foi dedicada à divulgação do documento “Saneamento e mudança climática: Diretrizes aos prestadores de serviços de água e esgoto para o enfrentamento de eventos adversos – 3ª Edição”. Coordenado por Maria Aparecida Silva de Paula, coordenadora de Relações Institucionais da AESabesp, e Ana Rogers, editora da Revista Saneas/TV Água e Saneamento, e moderada pelo presidente da entidade, Agostinho Geraldes, o encontro contou com a participação de Alexandre Motta, presidente da Funasa; Antonio Miranda, consultor em gestão de serviços de saneamento e membro do comitê que produziu o documento; Fernanda Rodrigues de Morais, consultora Jurídica da AGU junto do Ministério das Cidades; e Liliani Cafruni, membro da Câmara Técnica Gestão Ambiental e Mudança de Clima – Aesbe – Associação Brasileira das Empresas Estaduais de Saneamento.
Bioeconomia e Resiliência Climática

Encerrando o segundo dia do 2º Encontro das Universidades, a Mesa Redonda 6 contemplou o tema “Bioeconomia, Mudanças Climáticas e seus resultados no Saneamento”. Coordenada por Ester Feche Guimarães, diretora Socioambiental e Cultural da AESabesp, a discussão, moderada por Marcela Peixoto Nectoux, da Semil, abordou como soluções baseadas na natureza e soluções convencionais associadas podem transformar o saneamento, aliando conservação ambiental, adaptação climática e inovação tecnológica. Os palestrantes foram Nelson Lima, da SP Águas; e Maria Cecília Lucchese, do IFSP.

Fazendo um balanço, Ester Feche Guimarães, coordenadora da iniciativa, considerou que foram abordados temas com maior profundidade, trazendo profissionais com uma qualificação diversificada. “No primeiro dia tratamos do reúso para consumo humano que envolve determinadas questões, não só tecnologias, mas também regulamentos específicos normativos e reguladores, bem como o estudo de caso aplicado da Carolina do Norte que é o nosso objetivo de trazermos as referências técnicas. E no segundo dia tratamos a questão dos acordos internacionais que podem promover o saneamento no contexto das áreas mais complexas, entre outros temas de fundamental importância para os profissionais do setor e o mercado de saneamento”, ressaltou. Leia mais aqui.



